O CMAR foi desenvolvido com a função de propiciar maior segurança para as edificações e seus ocupantes. Através das normas vigentes, garante que os edifícios possuam materiais de acabamento e revestimento que são adequados a sua estrutura e tipo de ocupação.
O controle de materiais de acabamento e revestimento também garante que em caso de incêndio, os materiais não se transformem em armas contra os ocupantes em busca de uma saída. Imagine pessoas desesperadas tentando escapar por um corredor, onde o teto feito de material plástico, derrete pingando em chamas sobre todos.
O CMAR é exigido para:
O Laudo CMAR deve ser elaborado por um responsável técnico, que deve seguir as normas e padrões estabelecidos pelo Corpo de Bombeiros. Isso inclui a análise de todos os materiais de acabamento e revestimentos que são utilizados na estrutura do edifício, de acordo com as especificações de fabricação.
A Instrução Técnica nº 10 determina todos os parâmetros e regras que orientam os profissionais no processo de regularização.
O processo se inicia com o Projeto de Combate a Incêndio, que classifica os materiais utilizados e indica a necessidade de possíveis proteções. Passa-se então, a instalação dos materiais e emissão do Laudo CMAR.
Ao longo do texto vamos abordar todos os tópicos importantes e te mostrar tudo o que você precisa saber sobre esse laudo tão importante para a prevenção e combate a incêndios.
Ao contrário do que grande parte das pessoas imagina, as mortes providentes de um incêndio, não são causadas unicamente por queimaduras originadas pelo fogo. Há outros fatores que podem vitimar pessoas durante um incêndio, em especial, a inalação da fumaça originada pela queima dos materiais de acabamento e revestimento do imóvel.
Materiais com alta combustão podem acelerar a evolução de um incêndio, um grande volume de fumaça pode impedir a visão da rota de fuga dos ocupantes. Estes fatores e outros, contribuem para maiores danos materiais e mais vítimas.
Ou seja, é primordial que haja um estudo preliminar dos materiais a serem instalados na edificação, de acordo com todas as especificações da legislação. Além disso, alguns acabamentos e revestimentos podem passar por um tratamento com retardante ante chamas, para que sejam minimizados os riscos de alastramento do incêndio e fumaça originada pela sua queima.
Não! Não será exigido o Laudo CMAR em edificações onde a área é menor ou igual a 750 m², e altura menor ou igual a 12 metros, para os seguintes grupos/divisões: A, C, D, E, G, F-9, F-10, H-1, H-4, H-6, I, J.
O Corpo de Bombeiros de São Paulo através do Decreto Estadual nº 63.911 determina as edificações, onde a aplicação do CMAR é exigida:
A falta do laudo de controle de materiais de acabamento e revestimento pode ser um fator determinante na hora de renovar ou emitir seu AVCB.
Se o Laudo CMAR for destinado a uma edificação nova, é essencial que desde a elaboração do Projeto de Prevenção e Combate a Incêndio (PPCI) sejam previstos os critérios básicos para instalação dos materiais do piso, parede, teto e forro. Dessa forma, não se corre o risco da substituição de materiais já instalados ou ainda, de ter que proteger passivamente materiais instalados de forma errada.
Caso as instalações já estejam consolidadas, é de suma importância que um profissional e/ou empresa habilitada avalie e certifique as condições existentes, visando proteger a edificação e seus ocupantes de possíveis riscos durante um incêndio.
As informações devem ser demonstradas através de plantas baixas e cortes, para que sua conformidade seja previamente avaliada e aprovada pelo analista do Corpo de Bombeiros.
Os referidos materiais devem ser instalados de acordo com as especificações do Projeto Técnico. Quando o imóvel for vistoriado pelo Oficial do Corpo de Bombeiros, o projeto será comparado ao que está in loco, para ter certeza que as normas foram cumpridas. Só assim pode ser viabilizada a obtenção do Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB).
É vasta a quantidade de materiais combustíveis e propagadores de chamas existentes tanto em estabelecimentos comerciais, quanto em ambientes residenciais. Convivemos com estes materiais à nossa volta sem avaliarmos o perigo que podem representar em situação de emergência, como um incêndio.
Um exemplo significativo é a madeira, amplamente utilizada em marcenaria e revestimentos. A madeira queima e propaga chamas com rapidez, contudo, algumas soluções podem torná-la retardante de chamas. É o caso do verniz antichama, produto de alta eficiência utilizado em Proteção Passiva a fim de evitar a propagação de chamas e o agravamento do incêndio.
Porém, os ignifugantes não são utilizados apenas em madeiras. Atualmente, existem ignifugantes específicos para cada tipo de material, como tecidos, carpetes, espumas e fibras naturais. É importante ressaltar que estes produtos foram desenvolvidos com intuito de atender a uma das Normas do Corpo de Bombeiros que compõem a Proteção Passiva Contra Incêndios.
Proteção passiva é um conjunto de medidas que atuam para retardar as ações do fogo. De acordo com o Corpo de Bombeiros, são elas: Segurança Estrutural, Compartimentação Horizontal e Vertical, e Controle de Materiais de Acabamento e de Revestimento (CMAR). Os ignifugantes estão relacionados a esta última, mas há diversos outros recursos utilizados neste tipo de proteção contra fogo: vedação de shafts, portas, paredes e vidros corta-fogo, tinta intumescente e argamassa projetada em estruturas metálicas etc.
As soluções da Proteção Passiva visam retardar o agravamento do incêndio, reduzir substancialmente a emissão de fumaça, promover tempo hábil para a evacuação do local e para o início do combate direto ao fogo. Além disso, podem evitar imensos prejuízos materiais.
Já as proteções ativas são complementares aos passivos, entrando em ação somente quando as chamas se espalham pela edificação. “Podemos mencionar os chuveiros automáticos, hidrantes, extintores, ente outros”, enumera Vargas.
A HELP contém especialistas com conhecimentos na área de engenharia de incêndio, que irá recomendar as soluções ideais para cada projeto. Ele irá avaliar o projeto arquitetônico no que tange às saídas de emergência e ventilações, para indicar as proteções ativas. A especificação das soluções passivas passa pela análise do projeto estrutural.
Cada tipo de solução passiva tem aplicação para determinados casos específicos. As pinturas intumescentes, por exemplo, são ideais para estruturas metálicas aparentes. “O produto é aplicado juntamente com a base (primer) e a tinta de acabamento. Além de garantir a proteção contra o fogo, o material também funciona como revestimento”, fala o engenheiro. Em meio a um incêndio, a pintura intumescente se expande em até dez vezes o tamanho da camada aplicada, criando uma barreira contra as chamas.
Tendo como matéria-prima o gesso, a lã de rocha ou a fibra cerâmica, as placas e mantas pré-fabricadas são indicadas para proteger as superfícies metálicas de difícil acesso. “Já a argamassa projetada é alternativa interessante para as estruturas posicionadas acima de forro ou para ambientes com menor exigência visual, como estacionamentos”, diz Vargas.
Entre os materiais, o mais utilizado no Brasil é a argamassa projetada, devido a sua fácil execução e custo menor, se comparada às demais soluções. Apesar de contarem com bom desempenho, as pinturas intumescentes necessitam de maior investimento, por isso, não são tão especificadas quanto a argamassa projetada. “As proteções menos usadas pela construção civil nacional são as placas e mantas pré-fabricadas”, informa o especialista, indicando que a baixa popularidade desse tipo de produto se deve à exigência de mão de obra especializada para aplicação.
Existem alguns tipos de edificações que são isentas dos requisitos de resistência ao fogo, estabelecidos pela ABNT NBR 14432 ou nas Instruções Técnicas do Corpo de Bombeiros. Nessas construções mais simples, não é necessário aplicar soluções de proteção ao fogo nas estruturas metálicas. Mesmo sem qualquer revestimento contra as chamas e dependendo de fatores como carga de incêndio e ventilação, há estruturas de aço que suportam o fogo.
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