Deve-se evitar que um incêndio, caso iniciado torne-se incontrolável, pois nessa situação, certamente ocorrerão perdas significativas.

O risco de início de incêndio, sua intensidade e duração estão associados a:

• atividade desenvolvida no edifício, tipo e quantidade de material combustível nele contido (mobiliário, equipamentos, revestimento), denominada carga de incêndio. Por exemplo, o risco de um grande incêndio em um depósito de tintas é maior que em uma indústria de processamento de papel;
• forma do edifício. Um edifício térreo com grande área de piso, sem compartimentação, pode representar um risco maior de incêndio do que um edifício com diversos andares de mesma atividade, subdividido em minutos compartimentos, que confinarão o incêndio;
• condições de ventilação do ambiente, ou seja, dimensões e posições das janelas, que estão associados ao oxigênio, material comburente que alimentará a combustão;
• propriedades térmicas dos materiais constituintes das paredes e do teto. Quanto mais isolantes forem esses materiais, menor será a propagação do fogo para outros ambientes, porém, mais severo será o incêndio no compartimento;
• sistemas de segurança contra incêndio. A probabilidade de início e propagação de um incêndio é reduzida em edifícios nos quais existam sistema de chuveiros automáticos, detectores de fumaça, brigada contra incêndio, compartimentação adequada etc.

O que é fogo?

Pode parecer uma pergunta boba, mas saber o que é fogo é essencial para entender melhor sobre os fatores que contribuem para a evolução de um incêndio.

O fogo é um processo químico que requer três coisas: oxigênio, combustível e uma fonte de ignição. Sem um desses fatores, um incêndio não pode começar.

Em todos os processos químicos, as moléculas se rearranjam e a energia é absorvida ou expelida. Quando um incêndio começa, ocorre um processo chamado oxidação, o mesmo processo que faz com que o metal enferruje.

A oxidação acontece quando átomos de oxigênio se combinam com carbono e hidrogênio para formar dióxido de carbono e água. Quando o metal enferruja, o processo acontece muito lentamente, mas quando um fogo queima, o calor e a energia são liberados muito rapidamente.

A taxa de oxidação é especialmente rápida com fontes de combustível, como papel e madeira. Quando o calor não consegue se dissipar mais rápido do que o criado, ocorre a combustão.

É isso que cria a chama e o calor que chamamos de fogo. Fumaça composta de partículas não queimadas, água evaporada e dióxido de carbono também são produzidos, embora com um processo de queima mais limpo produzirá menos fumaça.

Como o fogo se espalha?

Uma vez iniciado, é provável que um incêndio no prédio se espalhe até que todo o combustível seja consumido. Isso pode ter consequências devastadoras para sua casa ou empresa, especialmente sem um sistema de sprinklers.

Entendendo como o fogo se espalha, você pode estar melhor equipado para apagá-lo e minimizar seus avanços durante os cinco primeiros minutos, cruciais para o aumento das chamas. Veja abaixo os fatores que contribuem para a evolução de um incêndio:

1. Produtos químicos e combustíveis: quando o fogo entra em contato com produtos químicos de laboratório, produtos de limpeza, tintas e outros, ele aumenta sua temperatura agressivamente, estimulando-o a se espalhar;
2. Espaço aberto: um prédio com estrutura interna limitada queima muito mais rápido do que um com corredores e portas fechadas — este foi um dos problemas encontrados no Museu Nacional, queimado em setembro de 2018. Paredes e portas prendem o fogo e impedem que as chamas e a fumaça se espalhem. Enquanto o fogo eventualmente queimará a estrutura e continuará a se espalhar se for deixado por conta própria, uma equipe de combate a incêndios terá um tempo muito mais fácil de apagar as chamas em um prédio com mais paredes e portas, especialmente se essas estruturas forem construídas para suportar calor e dano de um fogo;
3. Materiais de construção: Enquanto um incêndio pode queimar praticamente qualquer prédio moderno, os edifícios resistentes ao fogo feitos de concreto e aço reduzem a propagação do fogo melhor do que estrutura de madeira;
4. Ventilação: edifícios com aquecimento central ou ar condicionado têm dutos, o que permite que as chamas e a fumaça se espalhem entre os andares de um prédio, mesmo quando a estrutura é composta principalmente de concreto e aço;
5. Água: em alguns casos, a água não é o melhor extintor de incêndio. Incêndios com graxa, por exemplo, podem se espalhar mais rapidamente quando mergulhados em água. Um extintor de incêndio especial ou bicarbonato de sódio deve ser usado para sufocar e parar a propagação desse tipo de incêndio.

Muitos fatores descritos acima são difíceis — ou mesmo impossíveis — de serem eliminados de um edifício. Por isso, ter um sistema contra incêndio completo, contando com sprinklers e alarmes, é fundamental para reduzir ou mesmo evitar completamente os danos das chamas.

Fatores que influenciam a segurança da vida

A probabilidade de acidente fatal em incêndios é comparativamente baixa.

O tempo de desocupação de uma edificação em situação de incêndio é função da sua forma (altura, área, saídas etc.), da quantidade de pessoas e da mobilidade delas (idade, estado de saúde etc.). As medidas necessárias de segurança são diferentes quando aplicadas a edifícios altos em relação a edifícios, hotéis, lojas e teatros, em relação àqueles com ocupantes saudáveis.

O risco de morte ou ferimentos graves pode ser avaliado em termos do tempo necessário para alcançar níveis perigosos de fumaça ou gases tóxicos e temperatura, comparado ao tempo de escape dos ocupantes da área ameaçada. Isso significa essencial na proteção da  vida contra um incêndio.

Devem ser tomados os devidos cuidados  para limitar a propagação da fumaça e do fogo, que pode afetar a segurança das pessoas em áreas distantes da origem do incêndio ou mesmo entre edifícios vizinhos.

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