O sistema de hidrantes é composto por tubulação passada próximas a tetos e/ou subterrânea e distribuída ao longo da edificação e em cada local estratégico de acordo com o Laudo AVCB aprovado junto ao Corpo de Bombeiros.
O que é um sistema de hidrantes?
Um sistema de hidrantes é uma rede hidráulica com a função de distribuir água por diversas partes do edifício com o intuito de apoiar no combate a um princípio incêndio.
O sistema de hidrante é composto por:
- Reservatório de água;
- Bombas de incêndio;
- Tubulações e conexões;
- Válvulas;
- Abrigos de mangueiras;
- Mangueiras;
- Esguichos.
O hidrante é mais um recurso a ser utilizado na prevenção e combate a incêndio, assim como:
- Projetos aprovados junto ao Corpo de Bombeiros;
- Extintores;
- Sinalizações de emergência;
- Detectores de fumaça;
- Rotas de fuga;
- Alarme de incêndio;
- Sprinklers (Chuveiro automático);
- Iluminação de emergência;
- Para-raios (SPDA);
- Mangotinhos.
Para que serve a rede de hidrantes?
A rede de hidrantes foi desenvolvida para combater incêndios de grandes proporções, em todas as classes de risco. O sistema de hidrantes é projetado para estar em operação mesmo se uma parte da estrutura afetada colapsar.
Quais os casos não são necessários ter a rede de hidrantes?
Não são necessários rede de hidrantes:
- Processos industriais com carga de incêndio igual ou inferior a 200 MJ/m²;
- Armazéns de matérias incombustíveis, tais como: cimento, cal, metais, cerâmicas, agregados e água, desde que, quando embalados, a carga de incêndio, calculada de acordo com a IT 14 – Carga de incêndio nas edificações e áreas de risco, não ultrapasse 100 MJ/m²;
- Ginásios poliesportivos e piscinas cobertas, desde que não utilizados para outros eventos e não ultrapassem 750 m²;
- Zeladorias, localizadas nas coberturas de edifícios, com área inferior a 70 m²;
- Edículas, mezaninos, escritórios em andar superior, porão e subsolo de até 200 m² ou nos pavimentos superiores de apartamentos “duplex” ou “triplex”;
- Resumindo para PTS (projeto técnico simplificado).
Como funciona a Instalação da rede de hidrantes?
Após a aprovação do projeto de hidrantes junto ao Corpo de Bombeiros, o próximo passo é a contratação de uma empresa especializada para fazer a instalação da rede de hidrantes.
A empresa de especializada irá pegar o projeto de sistema de hidrantes e começar as primeiras tratativas, tais como:
- Analisar o projeto de rede de hidrantes;
- Fazer a lista de materiais necessários para instalação da rede de hidrantes;
- Cotar todos os materiais junto aos fornecedores;
- Calcular a quantidade de mão-de-obra necessária;
- Realizar o cronograma da instalação do sistema de hidrantes.
É muito importante se atentar que a empresa responsável pela instalação do sistema de hidrantes seja qualificada para executar essa implantação.
Por exemplo: Verificar se a mão-de-obra é qualificada, a quanto tempo essa empresa de instalação da rede de hidrantes está no mercado, quais são os clientes atendidos por ela, se há alguma reclamação no mercado.
É importante fazer a manutenção da rede de hidrantes?
É extremamente importante fazer a manutenção da rede de hidrantes, pois é ela quem vai garantir que o seu sistema de hidrantes não esteja indisponível no momento que for necessário sua utilização.
A manutenção da rede de hidrantes realizada por uma empresa especializada, vai analisar como está toda a tubulação do edifício, vai identificar desgastes, corrosão, vazamentos, falha de funcionamentos, falta de peças, entre outros problemas.
Sem contar que caso a manutenção da rede de hidrantes não esteja em dia e você tenha um incêndio e comprometa o seu patrimônio, provavelmente a seguradora não irá reembolsar os seus prejuízos.
Na perícia técnica o perito consegue identificar que a sua manutenção da rede de hidrantes não estava em dia.
Componentes e definições dos itens que compõe uma rede de hidrantes conforme norma ABNT NBR 13714:2000:
- Abrigo: Comportamento, embutido ou aparente, dotado de porta, destinado a armazenar mangueiras, esguichos e outros equipamentos de combate a incêndio;
- Hidrante: Ponto de tomada de água contendo uma ou duas saídas contendo válvulas angulares com seus respectivos adaptadores, tampões, mangueiras de incêndio e demais acessórios;
- Esguichos: São dispositivos que controlam a vazão de lançamento de água através das mangueiras, possibilitando a emissão do jato compacto ou neblina;
- Bomba de incêndio principal: Bomba hidráulica centrifuga destinada a mandar água para a rede de hidrantes e sistemas de combate a incêndio;
- Bomba de incêndio de pressurização (Jockey): Bomba hidráulica centrifuga destinada a manter o sistema de hidrantes pressurizado;
- Bomba de incêndio de reforço: Bomba hidráulica centrifuga destinada a fornecer água aos hidrantes e mangotinhos mas desfavoráveis hidraulicamente;
- Dispositivo de recalque: Dispositivo para uso do Corpo de Bombeiros, que permite o recalque de água para o sistema;
- Reserva de incêndio: Volume de água destinado exclusivamente ao combate a incêndio.
- Válvula: Acessório de tubulação destinado a controlar ou bloquear o fluxo de água no interior das tubulações da rede de hidrantes.
Projeto da rede de hidrantes
Nas atividades envolvendo as áreas de engenharia e arquitetura, deve-se ter consciência de que estão, ou deveriam estar, interagindo profissionais de diversas modalidades, integrados desde a elaboração do projeto arquitetônico e os complementares, entre os quais está o projeto de proteção contra incêndio.
Além disso, quando nos referimos ao projeto de proteção contra incêndio, é importante assimilar que sob este título estão presentes diversas modalidades da área de engenharia e arquitetura, haja vista que as medidas de segurança contra incêndio são multidisciplinares.
Nossa equipe técnica de projetistas trabalha em contínuo processo de treinamentos e possui certificações para atuar em projetos dos quais são exigidos os mais altos índices de qualidade, tanto em projetos legaisde PPCI (Plano de Proteção Contra Incêndio), quanto em projetos executivos de sistemas hidráulicos, detecção, alarme e supressão de incêndio, com aplicação de gases.
Tipos de projetos que trabalhamos:
- Planos de Proteção Contra Incêndio (PPCI);
- Projetos Executivos de Hidrantes;
- Projetos Executivos de SPrinklers;
- Projetos Executivos de Alarme de Incêndio;
- Projetos Executivos de Detecção de Incêndio;
- Projetos Executivos de Supressão de Incêndio;
- Projetos Executivos de Sistemas de Água Nebulizada.
No projeto de uma edificação ou área de risco a segurança contra incêndios necessita ser analisada sob dois aspectos: a proteção passiva e a proteção ativa.
Proteção Passiva Compreende todo e qualquer recurso (materiais, processo construtivo, etc.) capaz de dotar a edificação de um menor potencial de risco de incêndio ou do mesmo adquirir grandes proporções, não constituindo parte integrante da extinção do fogo. Envolve todas as formas de proteção que devem ser consideradas principalmente no projeto arquitetônico.
- Escadas de incêndio;
- Materiais incombustíveis ou retardantes ao fogo;
- Compartimentação (isolamento de riscos);
- Saídas de emergência;
- Saídas alternativas.
Proteção Ativa Constitui todo e qualquer recurso (sistemas, materiais, equipamentos, etc.) que constitua parte integrante dos recursos para extinção do fogo. Dentre os itens que compreende a proteção ativa podemos exemplificar:
- Extintores de incêndio;
- Redes hidráulicas de combate a incêndio (hidrantes, SPrinklers, etc);
- Sistemas de extinção por agentes limpos.
- Sistemas de detecção e alarme de incêndio;
- Sistemas de iluminação de emergência e sinalização de saídas.
Toda e qualquer medida de segurança contra incêndio para uma edificação ou área de risco deve ser sempre entendida como um recurso capaz de proporcionar níveis aceitáveis de risco, considerando que o foco da análise da segurança contra o fogo no processo de elaboração do projeto deve estar concentrado na segurança à vida, proteção da propriedade e do conteúdo, e a continuidade do processo operacional.
Leis e normas no Brasil No Brasil, a legislação de segurança contra incêndio e pânico é fortemente prescritiva e definida no âmbito dos Estados da Federação, sendo que o Estado de São Paulo detém a legislação mais completa do país, cujo regramento técnico está definido através das Instruções Técnicas (ITs), utilizadas como referência para os demais Estados brasileiros. Entretanto, para aplicações específicas não contempladas nas legislações é admitido o projeto baseado por desempenho.
A segurança contra incêndio tem muito a ver com a cultura de segurança dos usuários e a educação do povo. Historicamente, verifica-se falta de preocupação com relação à segurança contra o fogo. O pensamento dominante é que as instalações são caras e os incêndios muito raros. O custo do empreendimento deve ser uma preocupação muito grande, mas jamais deve ser maior do que a atenção com a segurança efetiva dos usuários. A mudança de cultura é um processo e, como tal, só se verifica com o passar do tempo.
As grandes tragédias ocorridas nas décadas de 70 e 80 do século passado fizeram com que o Brasil acordasse de uma quase total despreocupação com a segurança contra incêndio nas edificações. O incêndio na Boate Kiss na cidade de Santa Maria, Estado do Rio Grande do Sul, que provocou a morte de 242 pessoas em janeiro de 2013, evidenciou o atraso das nossas legislações e a brutal debilidade quanto à aplicação das normas técnicas vigentes àquela época. Em decorrência daquela tragédia, a comunidade técnica da área de proteção contra incêndio contribuiu para o aperfeiçoamento das normas e legislações pertinentes.
A Lei Complementar Nº14.376, de 26 de dezembro de 2013 (atualizada até a Lei Complementar n.º 14.924, de 22 de setembro de 2016), também conhecida como Lei Kiss, regulamentada através do Decreto N.º 51.803, de 10 de setembro de 2014 (Alterado até o Decreto nº 55.332, de 25 de junho de 2020), prescreve as medidas de segurança que seguem:
- Acesso de viatura na edificação;
- Segurança estrutural em incêndio;
- Compartimentação horizontal;
- Compartimentação vertical;
- Controle de materiais de acabamento e revestimento;
- Saídas de emergência;
- Plano de emergência;
- Brigada de incêndio;
- Iluminação de emergência;
- Detecção de incêndio;
- Alarme de incêndio;
- Sinalização de emergência;
- Extintores de incêndio;
- Hidrantes e mangotinhos;
- Chuveiros automáticos (sprinklers);
- Controle de fumaça.
A obrigatoriedade da adoção das medidas de segurança contra incêndio depende das exigências da legislação em função da ocupação, área, e altura da edificação.